segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

HELENA


Conselheiro Vale morreu às 7 horas da noite de 25 de abril de 1859.
 
Morreu de apoplexia fulminante, pouco depois de cochilar a sesta, —


segundo costumava dizer, — e quando se preparava a ir jogar a usual

partida de voltarete em casa de um desembargador, seu amigo. O Dr.

Camargo, chamado à pressa, nem chegou a tempo de empregar os

recursos da ciência; o Padre Melchior não pôde dar-lhe as consolações

da religião: a morte fora instantânea.

No dia seguinte fez-se o enterro, que foi um dos mais concorridos que

ainda viram os moradores do Andaraí. Cerca de duzentas pessoas

acompanharam o finado até à morada última, achando-se

representadas entre elas as primeiras classes da sociedade. O

conselheiro, posto não figurasse em nenhum grande cargo do Estado,

ocupava elevado lugar na sociedade, pelas relações adquiridas,

cabedais, educação e tradições de família. Seu pai fora magistrado no

tempo colonial, e figura de certa influência na corte do último vice-rei.

Pelo lado materno descendia de uma das mais distintas famílias

paulistas. Ele próprio exercera dois empregos, havendo-se com

habilidade e decoro, do que lhe adveio a carta de conselho e a estima

dos homens públicos. Sem embargo do ardor político do tempo, não

estava ligado a nenhum dos dois partidos, conservando em ambos

preciosas amizades, que ali se acharam na ocasião de o dar à

sepultura. Tinha, entretanto, tais ou quais idéias políticas, colhidas nas

fronteiras conservadoras e liberais, justamente no ponto em que os

dois domínios podem confundir-se. Se nenhuma saudade partidária lhe

deitou a última pá de terra, matrona houve, e não só uma, que viu ir a

enterrar com ele a melhor página da sua mocidade.
BAIXE OU LEI O LIVRO COMPLETO NO LINK ............ https://www.dropbox.com/s/x1uzbdmsour783m/Helena%20%281876%29.pdf

1 comentários:

CONTANDO ESTORIAS disse...

Adorei o trabalho caprichado de vocês
Parabens
Correiapaulolu.blogspot

CONTANDO ESTÓRIAS

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