Conselheiro Vale morreu às 7 horas da noite de 25 de abril de 1859.
Morreu de apoplexia fulminante, pouco depois de cochilar a sesta, —
segundo costumava dizer, — e quando se preparava a ir jogar a usual
partida de voltarete em casa de um desembargador, seu amigo. O Dr.
Camargo, chamado à pressa, nem chegou a tempo de empregar os
recursos da ciência; o Padre Melchior não pôde dar-lhe as consolações
da religião: a morte fora instantânea.
No dia seguinte fez-se o enterro, que foi um dos mais concorridos que
ainda viram os moradores do Andaraí. Cerca de duzentas pessoas
acompanharam o finado até à morada última, achando-se
representadas entre elas as primeiras classes da sociedade. O
conselheiro, posto não figurasse em nenhum grande cargo do Estado,
ocupava elevado lugar na sociedade, pelas relações adquiridas,
cabedais, educação e tradições de família. Seu pai fora magistrado no
tempo colonial, e figura de certa influência na corte do último vice-rei.
Pelo lado materno descendia de uma das mais distintas famílias
paulistas. Ele próprio exercera dois empregos, havendo-se com
habilidade e decoro, do que lhe adveio a carta de conselho e a estima
dos homens públicos. Sem embargo do ardor político do tempo, não
estava ligado a nenhum dos dois partidos, conservando em ambos
preciosas amizades, que ali se acharam na ocasião de o dar à
sepultura. Tinha, entretanto, tais ou quais idéias políticas, colhidas nas
fronteiras conservadoras e liberais, justamente no ponto em que os
dois domínios podem confundir-se. Se nenhuma saudade partidária lhe
deitou a última pá de terra, matrona houve, e não só uma, que viu ir a
enterrar com ele a melhor página da sua mocidade.BAIXE OU LEI O LIVRO COMPLETO NO LINK ............ https://www.dropbox.com/s/x1uzbdmsour783m/Helena%20%281876%29.pdf
1 comentários:
Adorei o trabalho caprichado de vocês
Parabens
Correiapaulolu.blogspot
CONTANDO ESTÓRIAS
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